Prisão em flagrante foi convertida em preventiva; agressões ocorreram dentro de hospital e foram registradas por câmeras de segurança
Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante pela Polícia Civil por suspeita de lesão corporal e tortura contra a filha de 10 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A prisão ocorreu na última terça-feira (19), em Charqueadas, na Região Carbonífera, e foi convertida em preventiva pela Justiça nesta quinta-feira (21).
Segundo as autoridades, as agressões aconteceram no Hospital de Charqueadas, enquanto a menina aguardava por uma consulta médica. As câmeras de segurança do local registraram a mãe empurrando e puxando a filha pelos cabelos no pátio da instituição. Nas imagens, a criança aparece sendo arrastada pelos cabelos até o interior do hospital, onde foi novamente contida de forma violenta.
De acordo com o delegado Marco Aurelio Schalmes, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Charqueadas, as agressões continuaram inclusive dentro do consultório, diante da equipe médica. Testemunhas relataram que a mulher chegou a desferir socos contra a filha, inclusive no rosto.
Durante o interrogatório, a suspeita alegou que a menina era “muito agressiva”, tentando justificar as violências. No entanto, diante das provas, a Justiça determinou a prisão preventiva, e a mãe foi encaminhada ao Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. Já a criança foi acolhida em um abrigo municipal, onde recebe acompanhamento especializado.
Histórico de violência
A Polícia Civil informou que este não foi o primeiro caso de violência envolvendo a suspeita. Em abril de 2025, a mãe foi indiciada por abandono de incapaz, após a menina ser encontrada sozinha, perambulando pela RS-401.
Dois meses depois, em junho, ela voltou a ser indiciada por tortura, depois que o Conselho Tutelar constatou hematomas e arranhões no corpo da criança. Na ocasião, a prisão preventiva não foi decretada devido à existência de outro processo relacionado à retirada da guarda.
As investigações ainda apontam para um episódio mais antigo: em 2004, um boletim de ocorrência em Porto Alegre registrou que a mesma mulher teria agredido outro filho, um bebê de apenas 1 ano e 6 meses, que foi encontrado com arranhões pelo corpo.
Proteção da vítima
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os nomes da mãe e da filha não foram divulgados, preservando a identidade da vítima. A Polícia Civil segue apurando o caso para responsabilizar a suspeita e garantir a proteção integral da criança.

Fonte: GZH
