Brasil discute criação de reserva estratégica de Bitcoin: proposta prevê R$ 100 bilhões em criptoativos



Projeto de Lei busca incluir Bitcoin nas reservas internacionais do Brasil, dividindo opiniões entre inovação e riscos econômicos


O Brasil pode investir bilhões em Bitcoin?

O Brasil está debatendo a possibilidade de incluir o Bitcoin nas reservas internacionais, em um movimento que pode marcar um divisor de águas na política econômica do país. A proposta surge por meio do Projeto de Lei 4501/24, que cria a chamada Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit).

Se aprovado, o projeto permitiria que até 5% das reservas internacionais — hoje estimadas em US$ 328 bilhões — fossem convertidas em Bitcoin, o que representaria cerca de R$ 100 bilhões em criptoativos.

Objetivos da proposta

De acordo com a justificativa apresentada, os principais objetivos da medida seriam:

  • Diversificação dos ativos que compõem as reservas internacionais;
  • Proteção contra crises cambiais e riscos geopolíticos;
  • Fomento à inovação tecnológica com uso de blockchain no setor público e privado;
  • Possibilidade de usar Bitcoin como lastro do Drex, a moeda digital do Banco Central.

Além disso, o texto prevê mecanismos de segurança e transparência, como uso de “carteiras frias” (cold wallets), relatórios semestrais ao Congresso e monitoramento com inteligência artificial.

Apoio e críticas

A ideia divide opiniões no setor político e econômico.

Argumentos a favor:

  • O Bitcoin é visto como uma espécie de “ouro digital”, resistente à censura e cada vez mais aceito no mercado global.
  • Representaria uma postura de vanguarda do Brasil na corrida tecnológica e financeira.
  • Poderia reforçar a imagem do país como inovador em políticas econômicas.

Argumentos contrários:

  • O Banco Central e o Tesouro Nacional alertam que o Bitcoin é altamente volátil, o que o torna inadequado como ativo de reserva.
  • Críticos afirmam que a medida poderia comprometer a estabilidade fiscal e criar riscos adicionais ao patrimônio público.
  • O FMI e bancos centrais internacionais não reconhecem o Bitcoin como ativo de reserva oficial.

Cenário internacional

A proposta brasileira não surge isolada. Alguns países já experimentaram incluir Bitcoin em suas reservas:

  • El Salvador foi pioneiro, mas com resultados controversos.
  • Estados Unidos criaram uma reserva estratégica de Bitcoin baseada em ativos apreendidos, mas não comprados.
  • Bancos centrais da Suíça, União Europeia e Coreia rejeitaram o uso do Bitcoin como ativo de reserva.

Conclusão: inovação ou risco?

A discussão sobre a RESBit coloca o Brasil diante de uma decisão estratégica. De um lado, há o potencial de modernizar a política econômica e se alinhar à economia digital. De outro, a adoção pode trazer riscos de instabilidade, dada a volatilidade do Bitcoin.

O Projeto de Lei ainda precisa tramitar em outras comissões antes de ser votado em Plenário. Até lá, o debate deve continuar gerando polêmica entre inovação e segurança econômica.

Fonte: Tm Em Foco

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César Gabriel Köhnlein

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César Gabriel Köhnlein é fundador e editor do TM Em Foco. Apaixonado por comunicação e pela cidade de Três de Maio, busca levar informação clara e relevante para a comunidade.

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