Criminosos se passam por parente e por “suporte do Mercado Livre”, induzem instalação/compartilhamento de tela, tomam controle do aparelho e pedem dinheiro; vítima registrou ocorrência em Seberi e bloqueou cartões.
Um novo relato de golpe com uso de WhatsApp e videochamada acende o alerta no Rio Grande do Sul. Segundo a vítima, tudo começou com uma mensagem enviada em nome do irmão, pedindo “dois números para confirmação” de um suposto procedimento no Mercado Livre. Minutos depois, os golpistas ligaram por videochamada, alegando que precisavam “mostrar o passo a passo” e exigindo que a vítima acessasse links e executasse ações no celular.
Durante a ligação, os criminosos passaram a enxergar a tela do telefone e a orientar cliques — inclusive pediram para abrir o segundo WhatsApp instalado no aparelho. Ao final da conversa, o celular reiniciou e, quando a vítima ligou novamente, dados e acessos haviam sumido, como se o aparelho tivesse voltado ao estado original.
O mesmo ardil foi repetido em seguida, usando o nome de outro familiar. Uma sobrinha alertou a vítima de que se tratava de golpe, e a família descobriu que os criminosos também haviam pedido R$ 2 mil a um conhecido (amigo do irmão), que transferiu o valor para uma conta de terceiros, sem conseguir reaver o dinheiro.
A vítima informou que o irmão registrou boletim de ocorrência em Seberi, e, como medida imediata, bloqueou cartões e contas para evitar prejuízos. O caso reforça como a engenharia social — isto é, o uso de persuasão e pressa — segue sendo a arma mais eficaz dos golpistas.
Como o golpe funciona
Impersonação: os criminosos usam o nome/foto de um parente para ganhar confiança.
Falso suporte: dizem agir em nome de empresas conhecidas (ex.: “Mercado Livre”) para “validar cadastro”.
Pressa e instruções técnicas: pedem códigos de confirmação, compartilhamento da tela ou que a pessoa instale/acesse recursos que lhes dão visibilidade ou controle do aparelho.
Tomada do dispositivo: ao final, podem desconectar contas, trocar senhas, reinstalar apps e apagar dados, facilitando novas fraudes.
Importante: empresas legítimas não pedem códigos por mensagem, não solicitam acesso remoto ao seu celular e não orientam transferências “para testar” ou “confirmar” cadastros.
Sinais de alerta
Pedido urgente de códigos (SMS, e-mail, app) ou de compartilhamento de tela.
Ligações que obrigam você a seguir passos técnicos imediatamente.
Solicitações de transferência para contas de terceiros.
Perfis “de familiares” com mudanças recentes de número/foto e erros de escrita.
O que fazer na hora (passo a passo)
- Desconecte: encerre a chamada e desligue dados/Wi-Fi.
- Troque senhas: e-mail principal, lojas de apps, redes sociais e WhatsApp (desconecte sessões no menu “Aparelhos Conectados”).
- Ative verificação em duas etapas no WhatsApp, e-mail e contas financeiras.
- Contate bancos e bloqueie cartões/chaves Pix; ative alertas de transação.
- Registre BO (on-line ou na Delegacia) e guarde comprovantes (prints, números, horários).
- Reporte ao WhatsApp e ao Mercado Livre pelos canais oficiais do app/site.
- Se necessário, restaure o aparelho e reinstale apenas apps originais com senha forte.
A orientação das autoridades é desconfiar de pedidos atípicos, confirmar por voz com o familiar em outro canal e jamais compartilhar códigos de verificação. Em caso de prejuízo, o BO é essencial para a investigação e para tentar responsabilização dos envolvidos.
